segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Longe, bem longe !

Diz-me,
O que procuras?
Com esse olhar de amêndoa.
Seguro, Sereno,
Sombrio.
Profundo como o mar.
Que vai pousando:
Num pálido penedo.
Num penhasco.
Que é parapeito do meu olhar.
Diz-me,
O que procuras?
Com esse olhar moribundo,
Vagabundo.
Talvez profundo.
Que me alcança o coração
E me penetra a alma.
Devia me acalmar?
Não me acalma.
Diz-me,
O que procuras?
Com esse olhar cego
Que o próprio cego não pode ver.
E eu também não.
Diz-me,
O que procuras?
Procuras, mas nada vês.
Nada sentes. Nada queres.
Nada tens.
Diz-me,
Porque me procuras?
Não estou aí.
Estou aqui.
Longe, bem longe.
Onde sempre irei estar.
Longe, bem longe.
“Estou aqui !”
Eu também estou:
Longe, bem longe!

1 comentário:

  1. gosto mxm de dos teus textos! para mim é sempre um delicia ler aquilo que eu gostaria de escrever.

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